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Limpeza, desperdício e reciclagem.
A Primavera já chegou, embora não pareça pelo tempo que se faz sentir. Manda o hábito que faça grandes limpezas e arrumações lá por casa. Arrumar roupas de Inverno e realojar as roupas mais frescas. Mesmo processo se passa com botas, sapatos, ténis e sandálias.
Este ano vou incluir mais uma divisão: eu. Tentar perceber o que se pode e deve reciclar e deitar fora tudo o que é desperdício.
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Escrevo e reescrevo. Não mudo a história. Errei tantas vezes que hoje já não sei se foi erro ou não. Há tantas coisas que poderia mudar na minha vida. Mas não quero. Aceitei este estranho encontro que tem sido uma loucura. Hoje o dia é triste como as pessoas que passam por mim. A saudade do reencontro é mais forte. O teu sol acende no meu rosto uma réstia de esperança. Espero pelo momento de te voltar a ver. Amor, vem depressa, eu não resisto à distância. Se tu não chegas, eu não existo. Não existo. O tempo mudou e está a chover. Resta-me esperar. Não me importa o que o mundo pode pensar. Eu não quero andar. Olho para mim e procuro, mas não encontro. Não encontro nada, sou apenas uma réstia de esperança perdida. Tudo se confunde na minha mente. A minha sombra está cansada de me seguir, enquanto o dia morre lentamente. Nada me resta senão voltar à minha vida. Esta vida que tenho e que quero partilhar contigo. Não quero que este amor se perca. Porque sem este apontamento a minha história não existe.
Sento-me na areia. Deixo que o meu olhar se perca no imenso azul. Num desejo profundo que me envolva e me disperse na sua eternidade. Quero perder-me ali. Quero ficar ali. Imóvel. À procura de paz. Fico. Minutos, horas... Não sei. Sinto que o tempo parou. Quero que o tempo fique assim. Imutável. Que não me obrigue a avançar. Que não me obrigue a mudar. Que não me obrigue a aceitar. Não terei mais tempo do que este. Teimosa. Fico. Nem que o tempo me faça confundir com o grão de areia que sonha ser mar.
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Não fales. Calei.
Calei a dor. Calei a mágoa.
Não estavas presente. Chamei outra pessoa. Não me chamaste.
Não sou precisa. Eu sei. Magoaste-me. Calei.
Não adianta mostrar a dor. Não vou mostrar as lágrimas.
Não falo. Pudera não sentir. Pudera não chorar. Chorei.
É dor que me acompanha pela vida. É mágoa que não posso depositar no fundo de um poço. É tristeza que só posso calar em mim. Calei.
E assim fiquei.
O meu coração pára. E recomeça o seu bater. Fico em suspenso. O leve aproximar da respiração. Pressentir o teu toque. Fico ali, à espera. O beijo há-de chegar. Um beijo só, por vezes, basta. Para sentir o teu amor, para confirmar o meu. Pode ser apenas o desejo de te ter por perto. Pode ser amor. Pode ser por a cada beijo teu eu me sentir mais eu. Eu te sentir mais tu. E a cada beijo somos sempre nós. Demoro-me a olhar os teus lábios. Gosto. Sabem-me bem. Demoro o momento da espera. Quero sentir-te respirar. Quero ver de perto os pormenores do teu rosto, dos teus lábios. Quero percorrer todos os sentimentos que ao pressentir o teu beijo acordam em mim. Quero demorar-me nos teus lábios e deixar que a cada beijo eu te sinta mais em mim.
Foto: pormenor de um retrato original aqui.
O Sol quase me cega. Viajo à beira mar, enquanto ouço música. "... I´m not afraid of dying, but I just don´t want to..." Acabo por me distrair com outros pensamentos e o texto inicial fica em suspenso. O Sol continua a tentar cegar-me. O mar está com um brilho apetecível. Por momentos esqueço que a água deve estar gelada. Apetece-me um mergulho. Ainda falta para o Verão. Talvez nem tanto para o calor. Definitivamente, sinto saudades de praia. O Sol continua a dificultar-me a tarefa. É complicado escrever assim. Mas insisto. Poucas linhas. A minha mente vai vagueando entre o texto que tento escrever e a música. Distraio-me. Novamente. "... I'm loving angels instead...". Ocorre-me que, há razão na música, além de ser mais fácil para me sentir amada, sabe bem sentir-me segura. Acho que talvez seja mais fácil amar um anjo. Mas depois a reciprocidade não é na mesma medida. Talvez seja mais fácil amar um anjo, mas prefiro amar um homem. E, entretanto, já ouço "... the look of love is in your eyes...". Fico apenas a ouvir. Volta-me a imagem de imenso azul. A ideia do texto inicial fugiu, dispersou-se ao som da música.
Alter Ego
Egos de bem querer
Egos de bem dizer
Dizem que é uma espécie de bwog
Egos de bem ler
Mulher à beira de um ataque de...