Foto: Edouard Boubat
Era uma vez um menino que vivia longe do mar e só assim podia sonhar...
Não é uma história de encantar. É apenas uma forma de sonhar.
Hoje quero fechar os olhos e sonhar, voar... até bem longe e ficar apenas perto do mar.
Foto daqui
Vagueio triste por entre a gente que me passa ao lado. Sou apenas uma réstia de esperança. Perdida. Só. A minha sombra insiste em seguir-me enquanto o dia morre lentamente. Já errei tantas vezes que não me importa o que possam pensar. Não regresso a casa. Não regresso para uma vida triste. Não regresso para uma vida onde tu não estás. Não regresso se não for para ter a tua sombra ao lado da minha.
or the road not taken ...
Foto daqui
Acho que ainda não tenho vida suficiente para fazer um balanço sério. Mas já me sinto à vontade comigo mesma para ir fazendo alguns parciais. E talvez esta não seja a melhor forma de começar...
Não custa começar de novo. Aqui é mais fácil fazê-lo.
Em cada momento sério de escolha, optamos por um caminho em detrimento de outro e sabemos que não voltaremos àquela encruzilhada específica.
Numa dessas encruzilhadas optei pela fuga. Na altura, justifiquei-me com a preservação de uma amizade. Convenci-me que, de facto, era isso mesmo que estava a fazer. E segui o caminho que me pareceu mais lógico. Hoje, olho para trás. Porque uma conversa avivou essa memória que guardo. Não evitei voltar a pensar no assunto. Agora que tudo é tão diferente. Tal como na altura, continuo sem saber se foi a melhor escolha. Mas o caminho que escolhi foi o que me trouxe aqui. E disso, não me posso arrepender.
E se o tempo voltasse atrás...
Não sei se tomaria a mesma opção, mas certamente teria uma conduta diferente. Em vez de fugir teria explicado todos os meus motivos e confessado que o medo falou mais alto porque não estava pronta. Há alturas em que pensamos e vivemos por antecipação e eu na ânsia de prever todo um futuro amedrontei-me. It was the wrong time and the wrong line and for that I am sorry .
A vida segue e em cada novo caminho o futuro é fabuloso.
A Ly achou por bem compartilhar este 'selo' comigo e eu agradeço.
Eu sei que é suposto nomear mais pessoas/blogues. Mas desta vez não o vou fazer. Acho que escritores da Liberdade somos tod@s, sem excepção. Porque nos podemos expressar sobre tudo e de todas as formas nestes cantinhos criados e alimentados por nós. Sejam cantos mais pessoais ou menos, escreva-se sobre o que se escrever, é sempre uma parte de nós que estamos a revelar e poder fazê-lo é uma expressão inequívoca de Liberdade.
Portanto os nomeados são todos aqueles que têm blogues e os utilizam para escrever sobre tudo e nada! Porque só o poder fazê-lo já é Liberdade!
Foto: Brassaï
Incentivei-te a tomar esse novo rumo. Acreditei que seria o melhor a tomares, porque te faria feliz. Esqueci-me de verificar se nesse caminho eu também poderia caminhar...
Já sim. Já falei da brotoeja que certas pessoas me causam.
Por mais que tenha de conviver, em algumas circunstâncias, com este tipo de pessoas não me consigo habituar.
Até porque algumas têm o péssimo hábito de incluir os diminutivos de uma forma que não só soa a profunda falsidade, como incute um sentido de menosprezo. O que só agrava a quase náusea que já sem isso me provocam.
Quando quero saber alguma coisa eu pergunto: "Como foram as férias?" ou "Como vão os filhos (ou marido ou whatever )?" ou "Então tudo bem? Como estás?"
Outras pessoas há que indagam do seguinte modo e passo a citar:
"Como foram essas feriazinhas?"
"Como estão as criancinhas?"
"Então estás boazinha?"
"O trabalhinho corre bem?"
E ao fim do segundo diminutivo, associado ao timbre característico (adocicado enjoativo), já eu me contorço no lugar a tentar sair dali rápido para impedir que a brotoeja me suba ao nariz e eu comece a dizer impropérios!
Reitero que também pode ser do meu mau feitio. Mas não suporto pessoas assim.
P.S. Há dias que custam mais que outros.
Meio-dia: Acorda sozinha na cama vazia de sempre.
Liga a televisão para ver o que se passa no mundo. Desiste de tentar perceber. Muda para um canal onde passa um qualquer programa sobre remodelações totais.
Olha-se ao espelho. Tem uma sensação estranha. Mas não consegue perceber qual a causa. Inicia o que parece ser uma rotina de anos. Ao tomar a primeira refeição do dia estranha o sabor da comida. Olha para uma das cadeiras vazias, como se esperasse ver alguém. Mas não. Sai para a rua. Sem saber a direcção que automaticamente os seus passos tomam. Dirige-se ao automóvel que está metodicamente adaptado ao seu corpo. Conduz em direcção a uma estrada recta que não parece ter fim. O carro acelera. Acelera. As imagens tornam-se difusas e nubladas. Não vê o muro imenso que se ergue no caminho. Não vê. Só sente o estrondo ensurdecedor que crê ser do impacto. E não sente mais nada.
Promenade, Marc Chagall
Pensei escrever em como é terno o teu abraço ou em como é leve e doce o teu toque, mas agora não é importante. Não é importante quando só tu me seguras, só tu me abraças, só tu me impedes de enlouquecer, só tu me mostras vida, só tu me amas.
Só tu...
Foto daqui
Perscruto a alma procurando a luz. Do mesmo modo que olho para o céu procurando o sol. Oscilo entre luz e sombra, sol e nuvens. Mas é quando vêm as tempestades... é com elas que me conheço. Que me reconheço.
Foto daqui
A vida desponta a cada nascer do sol com a força da alvorada. A cada novo dia reinicia a contagem para o que podemos fazer, o que podemos mudar. O que podemos sorrir e chorar, correr ou andar, viver e sonhar. A vida acorda de alma renovada. O tempo dará o tempo que o tempo entender. E nunca se sabe o tempo que podemos despender. Só sabemos como o tempo queremos viver.
Skrik, Edvard Munch
... muda
no lento morrer dos dias
... indecisa
entre pedir ao tempo para passar ou parar
Queria dizer-te tantas palavras que insistem em ficar presas na garganta. Queria partilhar contigo sentimentos, visões, eu, nós. É complicado partilhar o que não se consegue descrever. Se ao menos o tivéssemos vivido juntos. Entenderias o meu olhar, mesmo que não estivéssemos a ver o mesmo. É difícil falar de sentimentos que se aninham cá dentro, em lugares tão escondidos que é quase impossível serem descobertos, até por nós. Por vezes, a vontade que dá é de me refugiar numa gruta, perdida, no meio de nada, envolta somente em pedra. Ficar assim, até me esquecer do mundo e esquecer-me de mim. Deixar que todos os sentimentos, pensamentos, palavras se apaguem. Todos os odores cessem. Até nada restar de mim. A não ser eu. E voltar a redescobrir-me, a acordar para um novo mundo, diferente, melhor. Não me poderias acompanhar. Mas pedir-te-ia o impossível, que me esperasses e me amasses, mesmo diferente, permaneceria igual para ti, para nós. E acordaria para uma realidade estranha, na qual tu também estarias diferente. E o nós já não seria possível. E tudo deixa de ter sentido. Acordo. Abano a cabeça para afastar dela estas ideias. Olho para ti, beijo-te a face com amor e ternura, sem te acordar desse sono sereno e profundo. Volto a encostar a minha cabeça no teu peito e adormeço.
Alegria ao acordar
Ternura no olhar
Amor no coração
Educação nas palavras
Verdade nos gestos
Sinceridade no sorriso
...
Sei que há bem mais ingredientes. Mas esta receita deve ser feita ao gosto de cada um.
Usar ingredientes puros.
Servir a qualquer hora do dia.
Alter Ego
Egos de bem querer
Egos de bem dizer
Dizem que é uma espécie de bwog
Egos de bem ler
Mulher à beira de um ataque de...