Não. Não vou falar dos filmes e actores galardoados. Vou mesmo armar-me em crítica de cinema.
Se há coisa que sempre detestei são aqueles diálogos/monólogos dos heróis e dos vilões, naqueles momentos de matar ou morrer, que se alongam pelos dramas pessoais regredindo em muitos dos casos até à infância.
Acho, não conhecendo a fundo as motivações da situação, que se é para dar um tiro em alguém é dar e pronto. Quanto mais não seja no caso dos filmes, em que todos os interessados sabem o porquê daquele tiro, incluindo os espectadores que estão a ver o filme desde o início. Sempre achei que em muitos casos a outra personagem ia acabar por morrer de tédio, antes de qualquer outro ferimento. Senão fosse a personagem, cenas houve em que eu quase o fazia.
Ontem, vi, finalmente, um filme que queria ter ido ver ao cinema, "The Brave One", cuja tradução para português ficou "Estranha em Mim", com a Jodie Foster. Curiosamente, ao contrário do que acredito ser costume, a tradução fez jus ao filme.
Neste filme, esse momento do tiro é frio e duro. Aliás, esses. São vários os tiros disparados ao longo do filme, sem delongas, nem justificações. Se estamos a ver o filme do início, já percebemos o que se passa. E, mesmo, no momento crucial de vingança, a personagem não está ali com monólogos enfadonhos do género 'mereces morrer pelo que fizeste' ou americanice que o valha. Tem dois apontamentos de ironia em frases curtíssimas e um de descontrole. Quase pensei que vinha por ali um arrependimento tardio, típico deste género de filme, estragar todo um argumento. Mas não. A personagem é coerente.
Gostei do filme. Não julgando nem justificando. Gostei e pronto.
Acho que em tudo na vida, se há coisas que sentimos que devem ser feitas, é fazer e siga!
Sexta - Feira: último dia da semana.
Fim-de-semana: aproveitar ao máximo.
A cada lágrima que cai do céu, por mim cai uma gota de chuva. Ping. Ping. A pouco e pouco. Aumenta a cadência. Até que cada lágrima solta forma uma torrente e eu começo a chover. Vejo as lágrimas juntarem-se às minhas gotas de chuva. Não distingo a chuva das lágrimas. Não quero. Quero apenas que a natureza de umas e das outras se funda para que as lágrimas se tornem menos salgadas. E o que vejo cair no chão não passe de chuva.
Podia ter-te escrito ontem. Hoje também é um bom dia para o fazer.
Ainda não sei muito bem tudo o que quero, mas já tenho uma lista razoável das coisas que sei bem que não quero.
Não quero uma vida feita de raros dias especiais. Os dias em que devemos comemorar. Sei que quero uma vida feita de todos os dias. De sorrisos e de lágrimas. Quero um vida feita do dia-a-dia. De problemas e sucessos. De tristezas e alegrias. De bom e de mau. Quero uma vida de tudo está bem e de tudo está bem quando acaba bem.
Quero sentir-te e saber-te perto. Ao lado. O teu lugar. Na vida, lado a lado.
Não é de palavras que vivemos, mas, ouvi-las, lê-las, sabe bem. O mais importante é viver.
Podia contar tantas coisas, pequenas coisas, grandes coisas, que me desfilam na memória. Sei que são todas elas que nos constroem dia após dia. São todos os dias, todos os momentos, todas as palavras, todos os gestos, todos os pensamentos. Tudo, é o que faz do tu e do eu um nós.
Foto daqui
Aproximas-te de mim, de mansinho, vens com pele de cordeiro. Sabes que não quero voltar a dançar.
Tentas seduzir-me com o teu suave murmurar, essa brisa quente que sempre me sussurras ao ouvido e me fez ceder.
Não era preciso muito, mal te adivinhava colocava o melhor vestido e calçava os sapatos que me ofereceste. Esperava-te para dançar.
E como dançámos, noites, dias, num tempo que não tinha fim. E depois, tudo mudava, nada era como dantes, apenas a dança. Mas agora não quero mudar. Admito que talvez não tenha perdido o gosto pela dança, mas perdi o gosto de mudar.
Devolvo-te os sapatos, guardo o vestido. Não volto a dançar.
- Guarda os sapatos com o vestido. Talvez um dia me voltes a chamar.
Deixo de sentir o calor da tua voz em mim. Sei que te afastas. Sopras-me um quente adeus... talvez um dia voltemos a dançar.
Ficção de mim. Um mundo que se veste de aparência, esforça-se em vão para iludir a essência. Máscaras sem fim, que quase nos fazem perder o centro da razão. Mas também as uso, por vezes, no dia-a-dia. Protegem-me.
Não dou tudo de mim, porque em mim não conheço tudo. Parte do que fui, sou, sei. Sei que sou grande parte do que me conheço para poucos. Sei que sou quase tudo o que me conheço para ti. Tudo o que sei que sou, sou-o sozinha, frente a mim, só para mim.
A saliva não deve gastar-se em palavras inúteis porque então estaremos a desperdiçar a água dos deuses.
Malinche, Laura Esquivel
Sentir os raios de sol que se esforçam por rasgar as nuvens
e iluminar o mar prata...
Alter Ego
Egos de bem querer
Egos de bem dizer
Dizem que é uma espécie de bwog
Egos de bem ler
Mulher à beira de um ataque de...