Ficção de mim. Um mundo que se veste de aparência, esforça-se em vão para iludir a essência. Máscaras sem fim, que quase nos fazem perder o centro da razão. Mas também as uso, por vezes, no dia-a-dia. Protegem-me.
Não dou tudo de mim, porque em mim não conheço tudo. Parte do que fui, sou, sei. Sei que sou grande parte do que me conheço para poucos. Sei que sou quase tudo o que me conheço para ti. Tudo o que sei que sou, sou-o sozinha, frente a mim, só para mim.
Solidão. Mar límpido e cristalino. Superficial. Tenebroso e viveiro de monstros. Profundo. Céu azul luminoso. Universo vasto e escuro. Distante. Mundo. Indivíduo. Só.
Sentado num divã fala sem ser ouvido. Fala para si. Para se ouvir. Do mais intimo do seu ser. Debita tristezas, mágoas, frustrações, sem parar, sem pensar. Desnuda-se para si. Espera dessa nudez o renascimento. A redenção. Nada.
Perscruta-se até à alma. Ao que não há. Ao que não tem. Ao que quer. Sonha. Divaga. Mente-se.
Felicidade. Efémera. Tristeza. Constante. Amizade. Alguma. Amor. Nenhum.
Vive sem viver. Morte. Cada dia um pouco mais. Guerra. Incessante. Diária. Para chegar a um novo dia. Por nada. Por tudo. Lutar. Recomeço. Mergulha em si. Fica. Quieto. Só. Parecer. Ser. Respirar. Mais um dia. Sempre.
Alter Ego
Egos de bem querer
Egos de bem dizer
Dizem que é uma espécie de bwog
Egos de bem ler
Mulher à beira de um ataque de...