Meio-dia: Acorda sozinha na cama vazia de sempre.
Liga a televisão para ver o que se passa no mundo. Desiste de tentar perceber. Muda para um canal onde passa um qualquer programa sobre remodelações totais.
Olha-se ao espelho. Tem uma sensação estranha. Mas não consegue perceber qual a causa. Inicia o que parece ser uma rotina de anos. Ao tomar a primeira refeição do dia estranha o sabor da comida. Olha para uma das cadeiras vazias, como se esperasse ver alguém. Mas não. Sai para a rua. Sem saber a direcção que automaticamente os seus passos tomam. Dirige-se ao automóvel que está metodicamente adaptado ao seu corpo. Conduz em direcção a uma estrada recta que não parece ter fim. O carro acelera. Acelera. As imagens tornam-se difusas e nubladas. Não vê o muro imenso que se ergue no caminho. Não vê. Só sente o estrondo ensurdecedor que crê ser do impacto. E não sente mais nada.
Alter Ego
Egos de bem querer
Egos de bem dizer
Dizem que é uma espécie de bwog
Egos de bem ler
Mulher à beira de um ataque de...