Hoje acordei um pouco nostálgica. Dei por mim a ler o que escrevi, a pensar em tudo o que vivi. Apeteceu-me parar para pensar em todos os percursos efectuados no meu caminho... Não cheguei a conclusão nenhuma, também não era o que procurava. Foi apenas parar e pensar, perceber onde estou e tentar perceber como cheguei até aqui. Não o costumo fazer tantas vezes, como se calhar devia. E daí, também não creio. Paro. Olho para o presente. E é exactamente assim que se me apresenta. Como um presente.
O primeiro título que escrevi, "talvez seja saudade", foi alterado por isso mesmo. Sinto-me feliz com o presente que vivo. Mas, às vezes, sabe bem olhar para trás. E continuar no caminho em que se segue.
Longe e , no entanto, tão perto, cada dia passa num compasso incerto.
Tento acertar o relógio para que o tempo possa parar. Mas não pára. Nem eu. Desde que comecei a viver em função do relógio sinto que tenho cada vez menos tempo. O tempo já não corre como corria. Mas não se arrasta. Foge. Pouco é o tempo que sobra. Ao longe ouço a tua voz. Na ausência do tempo, bom é a tua voz ainda chamar por mim.
Mas foi antes do Natal que te dei o meu coração.
O tempo foi passando, voou em certos momentos. Nunca parei para pensar. O tempo muda as pessoas. A vida também. Seguimos o nosso caminho e em algum momento ele tornou-se paralelo, distinto. Seguimos sem nos apercebemos que em cada encruzilhada falhámos o encontro. A distância foi aumentando, sem aumentar. Sinto saudades de te sentir a meu lado sem nos sentir ausentes, distantes, imersos no ser de cada um. Pergunto-me agora se este caminho estará próximo do fim ou se ainda há uma nova encruzilhada para o nosso encontro. Gosto de pensar que sim. Andamos ocupados cada um no seu caminho, tanto que nos esquecemos de construir um nosso. Deixámos que os buracos se alastrassem e as pedras se amontoassem. Ficou um estrada esquecida onde ninguém caminha. Talvez como Pessoa, com todas as pedras que estão no caminho possamos construir um castelo na próxima encruzilhada e a partir dele reconstruir o nosso caminho, único.
Talvez como na canção eu tenha dado o meu coração, mas este ano não o quero dar de novo, não quero que mo devolvas, quero que o guardes e ele te traga à memória o que nos fez começar a caminhar juntos. Eu não esqueci.
Alter Ego
Egos de bem querer
Egos de bem dizer
Dizem que é uma espécie de bwog
Egos de bem ler
Mulher à beira de um ataque de...