Sento-me na areia. Deixo que o meu olhar se perca no imenso azul. Num desejo profundo que me envolva e me disperse na sua eternidade. Quero perder-me ali. Quero ficar ali. Imóvel. À procura de paz. Fico. Minutos, horas... Não sei. Sinto que o tempo parou. Quero que o tempo fique assim. Imutável. Que não me obrigue a avançar. Que não me obrigue a mudar. Que não me obrigue a aceitar. Não terei mais tempo do que este. Teimosa. Fico. Nem que o tempo me faça confundir com o grão de areia que sonha ser mar.
Foto: aqui
Não fales. Calei.
Calei a dor. Calei a mágoa.
Não estavas presente. Chamei outra pessoa. Não me chamaste.
Não sou precisa. Eu sei. Magoaste-me. Calei.
Não adianta mostrar a dor. Não vou mostrar as lágrimas.
Não falo. Pudera não sentir. Pudera não chorar. Chorei.
É dor que me acompanha pela vida. É mágoa que não posso depositar no fundo de um poço. É tristeza que só posso calar em mim. Calei.
E assim fiquei.
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